17 setembro 2013

A parábola Vitrine

Que bom que você passou em nossa loja, espero que não sinta falta de nada na vitrine, já não vendemos sonhos ou ilusões. Decidimos parar de escrever palavras que chamassem a atenção para a vitrine, pois há um tempo percebemos que elas não diziam nada.


Alguns de nós foram para longe e na lembrança eles são como crianças que cresceram. O sorriso de um deles, tão inconfundível, ainda inspira minha mente, quando falamos nisto até pensamos em voltar a escrever.
Desejamos em breve, bem você sabe o que... tantos significados, uma loja como um lar, talvez não para vendas, mas para trocas ou doações. Não mais ter, mas chegar e então ser... para sempre. Na criação de palavras memoráveis, e por um segundo ter a atenção daqueles que estão vazios e se contentam com vitrines. Ainda discurso me referindo aos fantoches da ilusão e agora falar ‘com as mãos’ se tornou uma piada de mau gosto.
Sim, sim. Muitas coisas mudaram e voltamos a repetir que alguns ‘conceitos’ ainda precisam encontrar palavras que os descrevam, sendo assim algumas delas soarão sem sentido para alguns ouvidos, mas você chegou até aqui, tenho esperança que os seus se apuram a cada linha. Agradeço-lhe. Tememos nos momentos de maior crise de nossa loja que de maneira cômica um boneco falaria por nós e um sorriso pintado à mão esconderia uma lágrima.
Deixamos de levar para as ruas pretextos, em forma de fábulas, para fugir daqui. Ao passo que o vidro se quebrou e o alarme não suou, afinal o que estava do lado de dentro não tinha o valor que pensávamos.

Fique à vontade. Espero que não sinta falta de nada na vitrine, já não vendemos sonhos ou ilusões.

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