21 janeiro 2014

A vida e seus refrões



A vida e seus refrões, o modo como tudo se repete. Esperávamos por algo novo quando tudo que temos é familiar.
A vida e seus refrões, em cada atitude que continua a mesma, a surpresa é ainda haver decepção.
A vida sem plural de quem só a conjuga no singular; ainda um refrão sem sentido, pois paramos de pensar sobre ele.


Devemos pensar nas razões que nos fazem repetir os nossos passos. Existem músicas que tocam tanto e dentro delas palavras que perderam o encanto... ditas, reditas, sem vida... assim dormentes quando ouvidas.
A vida e seus refrões. Grãos que puseram num saco, tantos que o fizeram pesado. Carregamos a mesma coisa por tanto tempo... sentimos, não sentimos mais... nos arrependemos.



A vida e seus refrões, a pureza daquilo que é só, um gosto onde não há graça, pois não há gosto.




18 janeiro 2014

Um mundo de possibilidades

Não me parece certo arrancar uma lágrima à força de alguém. Não sei até onde enxergo, mas se vejo, vejo um mundo de possibilidades. Caminhos de esperança, nos olhos daqueles que com fé me perguntam o que fazer...

Quando não se tem ninguém ao lado
Quando o vazio se preenche com sombras do passado
Quando as mãos só tem uma a outra de companhia
Quando tudo que é familiar, só nos faz desejar uma amanhecer ensolarado e uma sombra para contemplar todos os reflexos em paz...

Vejo um mundo de possibilidades, percebemos nossos anseios e dúvidas refletidas nas obras dos poetas que se foram. Encontramos tudo que procuramos nas folhas que folheiam os ventos.
Não é uma surpresa quando nossos olhos atentos buscam uma palavra, buscando Você.
Um mundo de possibilidades através de olhos. E através deles vemos além de ‘uma profunda esperança’, mergulhamos um pouco mais neste convite para encontrar a alma, contato indescritível que nos faz sentir assim tão mais próximos.

Eu sei que me sentirei seguro
Agora que sei encontrar nas fendas de luz, um rumo


            Tudo que busco, busco pela minha falta de Deus. Tudo que vejo, somente enxergo por hoje olhar bem menos para mim.
Não restam mais folhas para o vento folhear. Eu vejo um mundo de possibilidades: Deus!



11 janeiro 2014

Os sábios não fingem

"No jardim da vida, o velho e o novo se contrasteiam, como a flor que murcha e a que brota. Uma se abaixa com a certeza dos dias, pois vê sua raiz. A outra com o vigor se sente insegura, pois é grande a imensidão que aprecia. L.Ol."


O avô foi apressadamente em direção ao neto, assim que percebeu que ele tinha caído enquanto brincava, ao chegar até a criança percebeu que ela escondia o rosto. O avô que já havia notado o orgulho do neto, usou de uma voz afetuosa porém firme, afirmando que ele não precisava fazer aquilo, afinal uma lágrima é tão suave que pode ser capaz de escorrer entre os dedos.
O menino era do tipo que enxugava as próprias lágrimas enquanto fingia recolher ciscos dos olhos. Levantou-se ensaiando um sorriso, assegurou que não era nada.
Mas era muito sábio o avô daquela criança, pois sabia que quem esconde uma fraqueza não está muito distante de quem encoberta um erro. O orgulho toma pelas mãos a ambos e os convence de seu tortuoso caminho, usando por vezes de tal persuasão que eles são capazes de ver esta trilha sinuosa de maneira reta.
Por isto, sentou-se com o pequeno e lhe mostrou um espelho que tinham por perto. Tentou lhe fazer ver que a imagem da tristeza pode evaporar rapidamente, mas fingir que uma lágrima não foi provocada por dor, mas por qualquer arranhão que vento possa trazer é em suma fingir. Os que fingem não importando o motivo usam do que é falso. Alegorias, mentiras e máscaras. Uma máscara mesmo que perfeita sempre poderá ser notada. E assim é sentenciada por quem vê: falsa.


O ancião continuou conversando com o neto lhe dizendo que não podemos viver a vida contornando erros ou fraquezas, ao invés de assumi-los, pois eles sempre estarão ao nosso redor, esperando para serem admitidos ou encobertos. Ao serem encobertos, aparecem as mentiras, as alegorias e as máscaras, nunca perfeitas o bastante, remendas e re-remendadas.



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