26 agosto 2013

Memórias sobre a rosa, o cálice e o livro



    Nossas memórias quem há de levar, ter uma lembrança tão viva de nós, sentir o que sentimos, chorar as lágrimas que choramos, conviver com as chances perdidas, desejar e ter enfim.
    Nossas memórias quem há de cantar, sorrir nas derrotas, se envergonhar de certas vitórias; um gosto amargo assim, um sentimento estranho. Existe uma rosa que você tenta arrancar a pétala e ela vem com raiz e tudo. Nem tudo é assim tão superficial.
    Você pode se ferir com espinhos, mas não vai querer largá-la. Sim, é a mesma força que você usa para tentar arrancar da alma as marcas daquilo que ainda não percebeu que te marcou. Não vai poder apagá-las, já fazem parte de você.


    Logo descobrimos que as pétalas não importam mais, o que você sente é muito mais profundo. E você arriscou relembrar alguém, já sente o que ele sente, ele exala seu aroma. Agora são apenas um. E as memórias se confundem.
   As suas memórias já posso recordar, já sei me desviar de todos os espinhos. Posso me orgulhar sem transbordar o cálice do vinho, com lágrimas que jamais foram minhas.


    Suas memórias estão no livro que ainda tem páginas em branco, pois com nenhum apelo somos capazes de escrever o final. As suas, as minhas, as nossas memórias; a rosa, o cálice, o livro; os espinhos, o vinho e as páginas. Sim as páginas sujas de sangue por culpa dos espinhos. E o vinho tão fraco, facilmente explicável.





2 comentários:

  1. Obrigada por mais este texto recheado de verdades e emoção Leonard Oliveira!
    Lembranças são marcas tatuadas na alma eternizadas na vida.
    Abraço.
    Suely Sette

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    1. Um grande Abraço Suely Sette, obrigado pelas palavras. Realmente assim são as memórias que temos, marcadas tais como tatuagens!

      Volte sempre querida e obrigado pela visita e comentário!!

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