08 outubro 2013

Está consumado



O Jovem Davi tomava conta das ovelhas de seu pai, diziam que ele protegia o rebanho com a vida. Certa vez de um urso ele as livrou, outra vez de um leão. Davi não tinha a intenção de se promover baseado nestes fatos, não se apresentava com frases do tipo: muito prazer, sou Davi matador de ursos e leões. Era notável sua discrição.
                A vida seguiu e numa determinada situação cuja guerra assolava seu povo, Davi foi até ao campo de batalha por ordem de seu pai a fim de levar comida aos seus irmãos mais velhos. Lá chegando ouviu um guerreiro inimigo desafiando o Deus de seu povo, o que lhe revoltou. Imediatamente se apresentou ao rei, que também se encontrava ali, dizendo que desejava em nome de seu povo e seu Deus lutar contra o tal guerreiro. O rei olhou para Davi e não pôde levar a serio sua iniciativa, pela compleição franzina do jovem, neste momento Davi finalmente falou de suas ‘credenciais’, contou ao rei suas experiências ao cuidar de simples ovelhas, usando para isso tamanho zelo que fora capaz de derrotar um urso e um leão. Por fim o rei confiou a Davi está missão, que com igual zelo o rapaz se dedicou, sagrando-se vencedor.


A partir daí todos passaram a conhecer o menino aparentemente fraco que foi capaz de derrotar um guerreiro falastrão, um urso e um leão. Muitas outras histórias de feitos assombrosos continuaram a serem escritas por Davi, ao ponto dele se tornar rei no lugar daquele que conhecemos aqui, entretanto Estava Consumado o Davi guerreiro, não porque ele se gabava por ai, mas porque no momento certo soube contar suas experiências para que as credenciassem a mais do que um mero cuidador de ovelhas, mas um guerreiro que defende a fé de todo um povo. Esta história sobre Davi pode ser lida na integra no livro de Primeira Samuel capítulo 17.
Na nação de Davi era muito importante a linhagem, como dissemos Davi se tornou rei e de sua linhagem foi profetizado que nasceria ‘o ungido’, aquele que seria responsável pelo maior feito de todos, pagar pelos erros de cada ser humano e religar o homem a Deus. O que de fato aconteceu muitos anos depois, seu nome é Jesus. É claro que os evangelhos já contam bem a vida e obra de Jesus Cristo. Mas alguns fatos o ligam ao objetivo da primeira história relatada.
‘O ungido’, tradução do grego Cristo, porém originado do hebraico Messias, como todos sabem foi realizador de proezas, multiplicando pães e peixes, restituindo a visão e a saúde de muitos, tratando as vítimas de preconceito e marginalizados pela sociedade, como seres únicos e de valor. Não raro Jesus pedia às pessoas que eram alcançadas por seus gestos que não contassem a ninguém o que Ele lhes tinha feito.
Um último exemplo que ilustra bem isto se deu quando Jesus subiu juntamente com seus discípulos mais chegados Pedro, Tiago e João, ao monte e lá aconteceu a famosa passagem da transfiguração, a face de Jesus brilhou como o sol e suas vestes se tornaram alvas como a neve, aparecendo-lhes Moisés e Elias, personagens do antigo testamento, por fim “uma nuvem resplandecente os envolveu, e dela saiu uma voz, que dizia: ‘Este é o meu Filho amado de quem me agrado. Ouçam-no!’”. Após está experiência marcante que pode ser lida na integra em Mateus capitulo 17, Jesus disse aos discípulos enquanto desciam do monte: ‘Não contem a ninguém o que vocês viram, até que o Filho do homem tenha sido ressuscitado dos mortos’.


Aparentemente Jesus não tinha interesse em ser conhecido por milagres ou por qualquer outra coisa que aos olhos imaturos dos homens soasse prodigioso ou espantoso. Antes Ele tinha uma cede por completar sua obra, pois sabia que no fim faria aquilo que ninguém mais poderia fazer e que esse seria seu grande favor pela humanidade; não pão, não saúde corporal que definha e dá lugar à morte, não face brilhante como o sol cuja lembrança não impediu Pedro de negar a Cristo por três vezes. Ele consumou algo na cruz, algo maior do que toda fama que milagres lhe trouxeram, mesmo porque tais feitos miraculosos Jesus afirmou que cada um de nós seria capaz de fazer ou ainda maiores do que Ele fez, se abstendo uma vez por todas da vaidade humana, não queria ser conhecido por isto.
 No fim de seu sofrimento na cruz, após ele tirar a culpa da humanidade, desculpando-nos ao dizer: Pai perdoa-os pois eles não sabem o que fazem. Ele suspira e diz: Está Consumado. Entrega seu espírito a Deus. Sua obra estava completa. Ficaria conhecido não como mais um milagreiro, dos quais há muitos por ai até os dias atuais, antes seria conhecido como aquele que dividiu a história e nos reconciliou com Deus e a plena eternidade.
 Desde então sua história é contada, seu valor inestimável se deu pela consumação de sua obra. Não quis louros terrenos e passageiros, tudo que fez, fez de bom grado, por seu amor e misericórdia, não almejava recompensa, tinha mais a oferecer e o fez, sua vida entregou em nosso lugar.

Davi e Jesus, tinham feitos maravilhosos antes de consumarem suas obras, mas só os revelaram  para um bem ainda maior, que não beneficiaria a cada um particularmente mas a muitos outros. Fizeram, não por vaidade, não por si mesmos, mas por algo infinitamente maior.







2 comentários:

  1. Jesus sendo Rei se fez servo,Davi o menor dos irmãos, o mais frágil foi o escolhido.
    E parece que esses exemplos , não bastaram,os homens insistem em acreditar no que na verdade não tem valor. Somos irmãos em Cristo que veio ao mundo pelos menores e mais desprezados. olhem seus amigos, Maria Madalena, Lázaro. Pedro que o negou três vezes...Enfim, precisamos acordar enquanto ha tempo.
    Belíssimo texto Leo.obrigada!

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    1. Obrigado Suely, realmente a vida de Jesus e Davi torna significativo a vida de cada pequenino, pois eles eram humildes e foram usados para grandes feitos em prol dos menos favorecidos!

      Grande beijo!

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