12 fevereiro 2015

Companhia



Por algum tempo
Na sua forma mais básica
Preparou-se contra o vento
Como um louco incorrigível
Ensaiava tudo por dentro

Juntamente seu cão fiel
Com a face entre as patas
Dava-lhe a sensação de quietude
Tinha companhia
Ocupava-se nos afazeres

Enlouqueceu de verdade
Quando convencido do que não era
‘Deixe de e equilibrar ao vento’
Diziam os que só podiam narrar o que viam


Por algum tempo
Na sua forma mais trágica
Passou a não se reconhecer
Tinha ouvidos sensíveis demais
Cada apontamento fazia-o matar uma parte sua

Juntamente seu cão fiel
Com a face entre as frestas
Veio chamá-lo para ouvir o vento assoviar
Lembrou-se de si conduzido por seu cão
Tinha companhia

Tinha companhia
Ocupava-se nos afazeres
Tinha um tesouro raro
Um amigo que ecoava
Sua consciência

Tornou-se louco para outros
Enquanto são para si
Era rico ao encontrar
As verdades que cria

Na expressão facial do amigo
...
...




2 comentários:

  1. Toda riqueza e profundidade de suas crônicas, se espalham também nos poemas, Leonard! Parabéns! Lindo!

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    1. Obrigado Maria Luiza, suas belas palavras são mais que motivadoras. Grande Abraço!!

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