Por vezes me pergunto: como é a terra que sofre a consequência da incredulidade dos homens, quando
deixam de acreditar até no que sentem.
Algumas pessoas diante 'do que lhes fere' se tornam insensíveis e perdem a sua fé. Insensíveis porque para que
não sintam a dor da perda, preferem não sentir nada e continuam assim; não se
importando se deixaram para trás alguém com algumas lágrimas, afinal seria um
paradoxo. Para outros, felizmente é diferente, quando mesmo em meio a sua dor
se importam com quem fica para trás, seguem dessa maneira enquanto estão entre
nós e deixam uma grande herança. Prometem amar para sempre.
As lágrimas insistem em
impedir esses heróis de continuar a ler, sorrir, viver. Elas proveem de uma
ferida ainda não cicatrizada, lembranças de certo espaço no tempo, episódios
precoces, que os tornam personagens sem vida em sua própria historia,
coadjuvantes da dor, autores de simples lamentos, apenas assinando os dias que
passam sem sentido.
A dor recente mina a
força, mas eles sabem que há muito a fazer. A guerra não acaba quando a flecha
é lançada, mas sim quando acerta o alvo. Vencer tem mais a ver com estar livre do que acalentar prêmios. O anonimato
dos que continuam é mais proveitoso do que o palco dos que se vitimizam. O
futuro de solidão que preveem para si mesmo é ofuscado pela alegria de ainda
ter uma chance de vida a cada dia. Aprendem enquanto sofrem e dão a isso o nome
vida. Colocam o bem estar alheio na frente dos seus, isso sempre lhes pareceu
um prazer muito íntimo, incompreensível aos demais, mas agora faz tanto sentido,
pois os mantém de pé.
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